quarta-feira, 24 de novembro de 2010

COMO CHEGAM Á ESCOLA MUITOS ALUNOS

                                             
                                             

O núcleo inicial desta pesquisa foi o insucesso escolar de crianças das periferias urbanas na 1ª série de ensino fundamental- problema crucial da educação até hoje.

        As crianças de classes populares chegam á escola com uma bagagem de conhecimento muito diferente daquelas que trazem as crianças de classes alta e média no tocante á alfabetização, embora seus potenciais cognitivos se equivalham. a ausência quase completa de experências com materiais e atos de leitura e de escrita nas famílias de classes populares, no período de 2 a 6 anos das crianças, não lhes possibilita percorrer a mesma trajetória da psicogênese ao longo deste período, que percorrem crianças de ambientes letrados. lembre-se que temos no Brasil 50 milhões de analfabetos adultos, muitos deles são país dos alunos que chegam á aula.

         Uma criança que vê pessoas lendo e escrevendo tem ocasião de se põr questões a respeito desses
atos.
        Uma menina com 2 anos e meio que estava na sala onde eu lia um livro. Quando virei a página, ela me perguntou: "O que tu estás fazendo"?
         Eu automaticamente, respondi.
         " Estou lendo".
         " Eu também ".
         Esse fato ilustra como atos de leitura podem provocar crianças, muito antes de elas entrarem na escola.
          
            A didática dos níveis pré-silábicos e classes sociais.

    A didáticados niveis pré-silábicos se caracteriza pela criação de um ambiente rico de materiais e de ato de leitura  de escrita, semelhança do ambiente que é vivenciado por crianças das classes altas e média no seu meio familiar. via de regra, esse ambiente compreende muitos materiais escritos, bem como muitas oportunidades de assistir a atos de leitura e de escrita. Outrassim, nessa experência com os materiais escritos não há seleção e ordenação de letras ou palavras pra vivenciar. Muito ao contrário, as crianças tomam contato com todas as letras e com qualquer palavra, simultaneamente. Os estudos de Emilia Ferreiro mostran como, durante essas experências, as crianças avançam no processo que prepara para a alabetização bem antes de entrarem na escola. Elas tem ocasião de resolver um bom número de problemas a próposito do que significa ler e escrever, pois como Emilia, nós pensamos que alfabetizar-se é muito mais que manejar a correspondência entre sons e letras escritas.
 
        Como diz Wallon, o engano do associacionismo é o de querer explicar a vida psíquica nos seusprimórdios através do isolamento de elementos que, somente no fim da sua evolução podem ser isolados sob forma individual. da mesma forma, a correspondência entre sons e letras escritas não se apresenta no ínicio do processo. Nesse ínicio, as crianças não vislumbram que a escrita tem a ver com a pronúncia das partes de cada palavra.

      Crianças pré-silábicas não podem iniciar seu processo de alfabetização pelo métodos convencionais, os quais foram organizados para alunos já alfabéticos.

livro Didática dos níveis pré-silábicos pág 73 texto: Como Chegam a Escola muitos Alunos
ESTHER PILLAR GRISSI  Ed Paz e Terra
 

                                                     
      

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